terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Um lance rapido!!!!!!!!!!!! Porem, mui interessante!!!! Adorei, principalmente pelo fato de fugir um pouco daquele discurso feminista q já é bem batidinho... Eu gostei pq parece ter uma vibe mais, digamos, madura, da mulher na música... Uma visão feminista, mas apurada!

Livro de pesquisadora inglesa analisa a importância das mulheres na música

  • Recém-lançado no exterior, obra de Julia Downes vai dos anos 1920 até os dias atuais
  • Autora cita Supremes, Björk e as inevitáveis Madonna, Lady Gaga e Rihanna


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The Supremes, com Diana Ross à esquerda. ‘Elas chegaram a competir com os Beatles, e, se elas não existissem, dificilmente teríamos fenômenos como as Spice Girls’, diz a autora
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The Supremes, com Diana Ross à esquerda. ‘Elas chegaram a competir com os Beatles, e, se elas não existissem, dificilmente teríamos fenômenos como as Spice Girls’, diz a autora Divulgação
RIO - Homens são páginas viradas em “Women make noise”. No livro de Julia Downes, recém-lançado no exterior, o papel principal está reservado às mulheres que fizeram e continuam fazendo barulho na música, das Supremes às integrantes do Pussy Riot. Uma verdadeira PhD no assunto (é doutora em estudos de gênero pela Universidade de Leeds e pesquisadora da Escola de Ciências Sociais da Durham University), a pesquisadora britânica descreve, com a ajuda de jornalistas, promotoras de shows, ativistas e outras escritoras convidadas, a dura evolução das girl bands (bandas exclusivamente femininas) num universo povoado por preconceito e intolerância por parte “deles”.
O livro, que não tem previsão de lançamento no Brasil, traz entrevistas com artistas como Beth Ditto e Björk, além de grupos punk como The Slits e The Raincoats, cobrindo um período que vai dos anos 1920, ao som do country; passa pelos grupos vocais dos anos 1950 e 1960, com rock e soul; e desemboca no movimento queercore, surgido a partir dos anos 1980, que une artistas GLS ao som de hardcore e suas variações. No percurso, esbarra também em estrelas solitárias, como as inevitáveis Madonna, Lady Gaga e Rihanna.
‘Pequena revolução’
— Não deixamos de fora as grandes estrelas femininas, claro, mas essas já foram muito discutidas e analisadas — explica a autora. — Escolhemos dar mais atenção às bandas formadas só por mulheres, porque elas dificilmente são lembradas, e há pouco registro sobre a importância delas na cultura pop. É como se existisse algo ameaçador nesses grupos, principalmente nos de postura mais radical ou ativista. Na verdade, há uma pequena revolução toda vez que as mulheres assumem o microfone ou as guitarras, aprendem a cuidar dos seus equipamentos e decidem se expressar seriamente através da música. As Supremes chegaram a competir com os Beatles, e, se elas não existissem, dificilmente teríamos fenômenos como as Spice Girls, por exemplo.
Em “Women make noise”, Julia e suas colaboradoras (“Era importante termos diferentes vozes no livro”, diz ela) tentam entender essa percepção de ameaça vinda da indústria musical, dirigida por homens, assim como tantas outras.
— Quando as mulheres assumem papéis normalmente reservados aos homens, isso inicialmente é visto como uma coisa anormal ou estranha. No pop, as mulheres podem exercer vários papéis, até mesmo o de liderança, mas quase sempre tendo que usar da sensualidade para se destacar. Em alguns casos, porém, como no rock e no punk, em que os homens usam a música para expressar sua masculinidade, essa troca de papéis pode ser realmente assustadora para alguns. E, se pensarmos em mulheres em cargos executivos em grandes gravadoras, isso então pode ser considerado uma declaração de guerra — afirma Julia, que toca bateria e já fez parte de várias bandas. — Mas, quando essas barreiras são vencidas, lembramos que a música pode realmente ser um grande instrumento de mudanças.
Num dos capítulos do livro, é contada a história da Mother Superior, obscura banda inglesa de rock progressivo dos anos 1970, que permaneceu na obscuridade porque sua formação nunca foi aceita dentro desse subgênero.
— Esse capítulo foi escrito em parceria com Jackie Persons, que era uma das integrantes dessa banda. Ela conta como foram discriminadas por todos, do pessoal da gravadora aos técnicos de som, mesmo sendo excelentes instrumentistas. A pressão era para que elas se vestissem de modo mais feminino e tocassem de forma mais suave. Parece um exemplo isolado, mas o livro mostra que isso se repete até hoje, em diversos outros estilos musicais.
Sem derrapar no mero desfile de queixas contra o mundo machista, o livro mostra como a postura e o barulho de bandas como Slits e Raincoats no fim dos anos 1970 (além das Runaways, cuja história foi contada em um filme de 2010, com Kristen Stewart no papel de Joan Jett) abriu frentes para a chegada de um grupo como o Pussy Riot.
— Há uma ligação direta entre o que essas bandas fizeram naquela época e o que o Pussy Riot fez ou tentou fazer. Essas meninas russas usaram o formato das girl bands e a estética punk para protestar contra o governo de Putin, e ainda o fizeram vestindo roupas tradicionais de sua região. Elas são um perfeito exemplo da evolução do ativismo cultural feminino e sua luta contra os preconceitos e o poder.
No miolo dessa atividade toda, o livro destaca a figura da americana Beth Ditto, líder do grupo Gossip, e da cantora e compositora Björk.
— Beth é, talvez, a artista feminina mais avançada da atualidade. Explora sua sexualidade, seu corpo e sua atitude de modo universal, falando para meninas e meninos do mundo todo, ajudando a criar uma sociedade em que todos possam ser tratados com respeito independentemente de suas preferências. Ela nos deu um depoimento incrível — conta Julia, elogiando também a já quase mitológica artista islandesa e a ex-garota (agora mulher) material. — Björk é uma artista única. Conseguiu romper barreiras do sexo de forma lúdica e não agressiva.


Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura/livro-de-pesquisadora-inglesa-analisa-importancia-das-mulheres-na-musica-7201026




Rock On, Baby!!!!!  (Até o talo!)