É com prazer imenso que inauguro as minhas postagens sobre bandas femininas aqui com esta banda maravilhosa, e que adoro!!!Esta é a The Runaways. Foi dela que saíram mulheres como Lita Ford e Joan Jett, e é também ela que serve de influência para muita banda feminina surgida na década de 90 como L7, Babes in Toyland, Girlschool, 7 Year Bitch, entre outras.
The Runaways foi formada na cidade de Los Angeles, no ano de 1975, e foi uma das primeiras bandas totalmente femininas a surgir no cenário do rock.
Tudo começou quando, em 1974, um conhecido empresário musical chamado Kim Fowley (algumas bandas do seu currículo: Kiss, Slade, Mötley Crüe, Alice Cooper, Emerson, Lake & Palmer, Cat Stevens e The Byrds.) conhece uma menina de 14 anos chamada Kari Krome, que mostrta a ele suas poesias e letras de músicas que escrevia. Isso aconteceu em uma festa na casa de Alice Cooper em Los Angeles. Isso deu a Fowley a idéia de montar uma bada de rock que fosse formada unicamente por mulheres... e logicamente que Kari não poderia fazer parte, pois ainda era muito nova. Na mesma época Fowley conhece Joan Jett, então com 17 anos, e a convence a aprender a tocar guitarra. Põe um anúncio no jornal, e logo consegue unir Sandy West (bateria) e Micki Steele (baixo). Nesse ano, começam a se empenhar para gravar algumas demos. E só em 75, é lançado o albúm "Born to be bad". Na época elas ainda estavam ainda aprendendo a tocar seus instrumentos e o som era cru, com riffs bem básicos.
A banda começou a ser vendida na mídia, por Fowley, como adolescentes sensuais, já que elas tinham entre 15 e 17 anos. A aceitação do disco nos EUA foi muito baixa, tanto que só começou a ser comercializado de fato em 1991. A mídia americana taxou a banda de "adolescentes irresponsáveis, que não tinham sustentação musical". Outro agravante foi o fato de Cherrie Currie, a vocalista, se apresentar de lingerie e cantar letras sobre sexo, o que seria bastante aceitável para a maioria das pessoas se ela não tivesse apenas 16 anos.
Nesta época, Micki sai da banda, dando lugar para Peggy, que sai logo depois por conta de uma briga com Cherrie, e em seu lugar fica Jackie Fox. Aí entra também outra guitarrista, esta é a garota londrina Lita Ford.
A mídia, sempre preconceituosa, desmerece cada vez mais o trabalho da banda. Ainda mais levando-se em conta que mulheres no rock mais agressivo eram uma grande excessão à regra, não é??!! . “O álbum (Born To Be Bad) mostrou para garotas adolescentes que elas também podiam aprender a tocar um instrumento e montar uma banda. E não ficar atrás de garotos que faziam isso”. (Palavras de Joan Jett mais tarde, sobre o preconceito contra a banda)
Mas a pouca aceitação que a banda tinha nos EUA, foi compensada pelo sucesso que a banda fez no Japão. Tanto que por volta de 76/77 fizeram turnês neste país com todos os shows lotados, o que resultou no albúm "Live In Japan", que não foi lançado nos EUA. Porém, nesta mesma época começa a surgir, ou a ficar mais latentes, as brigas internas entre empresário e integrantes da banda. Outro problema que se agravava era o uso abusivo de drogas. Aí, devido as brigas, começam a trocar constatemente de integrantes, tanto que o album "Live In Japan" marca justamente o fim da formação original que era Joan Jett, Cherie Currie, Lita Ford, Jackie Fox e Sandy West. As diferenças musicais também começavam a surgir. Joan tinha mais influências da música punk, enquanto Lita e Sandy pendiam mais para o heavy metal e glam.
Em 78 Fowley decide abandonar o The Runaways, e em 79, quem resolve se afastar é Joan. Depois disso, a banda não durou mais, pois não conseguiu se sustentar. O último show da banda foi realizado em uma comemoração de fim de ano em 78, em São Francisco. Um álbum pirata foi gravado e lançado somente em 1980 sob o título "Flaming Schoolgirls".
Somente em 1992, a música (um "hit", por sinal) "Cherrie Bomb" fez parte da coletânea Metal Age: The Roots of Metal, mostrando o reconhecimento tardio do talento da banda. Desta mesma coletânea fizeram parte bandas como Motorhead e UFO.
Depois das Runaways, Sandy West e Lita Ford tentaram formar outra banda que não vingou e Ford seguiu em carreira solo com rock mais comercial. Joan seguiu solo e foi a única que ainda levou o espírito das Runaways, formando mais tarde a banda Joan Jett & The Blackhearts.
"Em uma época em que as bandas de mulheres tinham que provar com seriedade que podiam tocar, elas eram o contrário. Irreverentes e com apelo sexual, certamente perderam credibilidade por isso. The Runaways recebeu muito pouco respeito nos EUA, que hoje reconhecem sua importância."
"Em uma época em que as bandas de mulheres tinham que provar com seriedade que podiam tocar, elas eram o contrário. Irreverentes e com apelo sexual, certamente perderam credibilidade por isso. The Runaways recebeu muito pouco respeito nos EUA, que hoje reconhecem sua importância."
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