A música punk atual traz todo um aparato instrumental baseado não somente naquele punk "puro" (entre aspas mesmo) que foi visto brotar no final dos anos 70, nem no hardcore do início dos anos 80. A galera de hoje, pelo menos ao meu ver, está indo buscar suas influências mais além, um pouco mais atrás, fazendo uma viagem sonora até as garagens dos anos 60 (que sim, é música punk par excelence!), passando pela sonoridade mezzo noise alternativa mezzo indie experimental de bandas como Sonic Youth nos anos 80, até chegar no punk hardcore de coisas como Black Flag e Minor Threat. Os anos 00 vem se mostrando produtivo nesse sentido, trançando uma linha que, acredito eu, vai demarcar as bandas dessa época, e servir também de influência daqui a alguns anos, para bandas independentes que virão a surgir (digo independentes, pq até agora, eu pelo menos, não senti nenhuma mostra de que o mercado musical tem interesse nesse tipo de som, o que não quer dizer que isso seja algo ruim). The Babies, Vivian Girls, The Girls At Dawn e Dum Dum Girls e toda essa galera nova de NY tá mandando ver nessas "novas tendências", e graças a essa maravilha unânime da tecnologia pós-moderna que se chama internet, nós temos um contato rápido com esse tipo de música, tão rápido ao ponto de influenciar e fazer pipocar no mundo inteiro bandas da mesma linhagem. Foi nessa onda, que os ruídos musicais dessas influências foram parar na Costa Rica, e como não podia deixar de ser, surge então, em plena América Latina, uma banda surpreendente chamada Las Robertas.
Elas se jogaram nessa, e produziram um trabalho totalmente independente chamado Cry Out Loud, não tenho certeza se esse ano, ou ano passado. O que importa é que mandaram muito bem! Exatamente como o figurino ordena, e sem deixar nem um poquito a desejar em relação as bandas americanas. No álbum, você vai encontrar uma levada shoegaze bem no feeling, um clima lo-fi viajante, e algo sim, de meio cult, não tenha dúvida (talvez pelo fato de se tratar de quatro jovens universitárias): Las Robertas cantam em inglês. A sonoridade é vigorosa, e o fervor é expressivo. Elas são seguras, e isso também faz a diferença. Encarnadas em Meche (guitarra/voz), Lola (voz), Monse (baixo/voz) e Ana Maria (bateria), elas levam em conta todo o balanço da música punk alternativa, deixando as influências bem claras: de Sonic Youth a Beat Happening, passando por Vivian Girls e My Bloody Valentine, Las Robertas são a prova de que o lo-fi corre o mundo.
Escutem com carinho nossas conterrâneas latinas.
Rock On, Baby!!!
7 comentários:
What a great blog you have here -- i am enjoying most of the bands here. Too bad i can't read your language so it would be great if you could do a summary of your rite-ups in english.
Thanks!
DD
Menina, o layout novo bem bacana!
E esse post das Las Robertas tá bem fodalesco. Beijos
Curti a mina das pedaladas!
Poxa, baixei e curti muito. Tô ouvindo agora.
Poxa, baixei e tô curtindo muito. (Hugo Morais)
Many Thanks !!!
What a discover! Las Robertas are awesome! Thanks!
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